domingo, 13 de abril de 2008

Num domingo a tarde...

Era domingo, dia parcialmente nublado, fui acordado com um telefonema. Me fingi de já acordado para não dá um de preguiçoso. Era ela. Voz suave e desinibida, perguntando as minhas ocupações diárias, sobre minha noite anterior e como eu me sentia. Claro que menti. Disse que estava ótimo, estando completamente sonolento. Que não sabia o que ia fazer, sabendo, mesmo não querendo fazer o que já tinha marcado. A única verdade que falei, foi que a festa do dia anterior tinha sido ruim, e nem foi tão ruim assim. Vamos dizer que foi uma verdade melada com uma mentira inocente. 

Surge um convite inesperado de vê-la naquele dia que tinha começado bem. Aceitei sem pestanejar. Afinal, tinha saudades. Tratei de me arrumar, almoçar qualquer coisa que mamãe tinha esquentado do dia anterior, que por sinal, estava assaz delicioso. Tão bom ter uma mãe que cuida de você. Entrego o carro do meu primo, o qual fomos pra festa e finalmente chego onde interessa. 

Chego lá, depois de um rally intenso entre areias molhadas e escorregadias, felizmente, bem. Aperto a campanhia, não é ela que atende. Não importa, era mais interessante procurá-la. Entro na casa como se fosse o dono, subo as escadas e dou de cara com ela saindo do quarto. Linda, cheirosa e sorridente. Dou um enorme abraço e tiro as sandálias e sento em sua cama. Nesse momento as lembranças da velha intimidade tomam conta de mim e me fazem tomar o braço dela novamente. Deitados, lado a lado, como noivos, conversamos a tarde inteira. Em meio um silêncio reconfortante, o olhar recíproco era o meio de vida daquele momento. A cada toque, a fricção era posta em prova e os sentimentos tomavam espaço. 

Entre chocolates, beijos e frases, havia uma só sintonia. Você é pra mim, os problemas de amanhã. E eu sou pra você, a dor de cabeça que nunca passa. A realidade entre nós é tão intensa que dói. Sabemos os perigos, sabemos as dores e felicidades de sermos um só coração que sacode quando nos vemos. Meu Deus, me diga o que fazer quando amamos alguém e não temos certeza do futuro. 

Ich liebe dich.